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22 de dezembro de 2008

AUTO-ANÁLISE ANUAL 2008

Andei pesquisando meus posts antigos. Na verdade, TODOS os meus posts antigos, desde 2002 (ou seja: 6 anos). Mas precisamente os posts relativos ao mês de dezembro. Depois que você tem um histórico tão grande de anotações pessoais como eu tenho, você pode começar a usá-los para fazer uma auto-análise e chegar a algumas conclusões sobre quem você é. Acho que é uma ação muito útil e relevante, e para ser sincero, acho que é a única utilidade das coisas que eu escrevia e continuo a escrever.

Eu sou uma pessoa que “chora” muito, pele menos nos meus blogs. Mas notei uma distorção clara relativa aos meses de dezembro, quando eu estou notadamente muito mais propenso a ficar deprimido, irritado, magoado e chorão... ok, chorão eu sou o ano todo, mas o resto é claro para mim que se destaca no último mês do ano.

Não sei porque isso, mas agora, fazendo esta análise em cima de meus textos, percebo que é um evento cíclico. Como em um post meu de dezembro de 2003, aonde descrevo meu estado emocional como uma senóide, que hora está alta e hora está baixa. Sei que não sofro de transtorno bipolar porque neste as mudanças são infinitamente mais bruscas. No meu caso, as mudanças demoram a ocorrer, e as variações ocorrem com pelo menos algumas semanas de intervalo.

Do que eu desconfio? Do óbvio: cansaço. Este ano ainda por cima... se eu pensava que 2007 iria ser o ano mais corrido da minha vida, 2008 veio para me mostrar que as coisas podem sempre ser mais do que a gente espera. Já estou com ansiedade por 2009.

Mas pode ser também que seja algo ligado às festas. Minhas memórias de infância sempre me levam à grandes encontros familiares nesta época do ano, quando viajávamos para Santos ou para o Guarujá e nos reuníamos com toda a família. Era divertido, obviamente. Mas algumas coisas me magoaram muito naquela época. Eu era “o estranho”... e arrisco em dizer que nunca tive muita aptidão a me enturmar. Nunca fui popular, nem mesmo na minha própria família.

O “bulling” que sofria na escola até meados de meus 12 anos (depois disso eu cresci muito e emagreci, me tornando fisicamente indisponível a tal atitude) e o pequeno trauma que tive por apanhar de uma professora no primário podem estar relacionados a minha atrofia social, o que antes eu chamava de timidez e hoje chamo de maldição. Porque não fazia parte de mim: foi colocado em mim, e hoje faz parte do que sou, de forma que não posso mais removê-lo sob pena de derrubar toda minha estrutura interna. Infelizmente não somos computadores, pois neste caso bastaria desinstalar um módulo de software e instalar outro em eu lugar.

O fato é que minha memória é normal para as coisas normais, mas parece ser muito boa para as coisas ruins que me ocorreram no passado. Lembro-me de cada fora que tomei, de cada besteira que fiz na vida e de cada magoa ou ação que eu tenha feito que tenha desencadeado mágoa em alguém. Me lembro de quando magoei e foi magoado, e em ambos os casos, sinto a mesma dor de vergonha, incapacidade e imaturidade.

No final do ano, tudo isso parece invadir a minha mente, e eu me pergunto o porque. A resposta deve ser “porque você quer”. Mas eu não sei como controlar este querer, e se de fato for isso, ele é totalmente involuntário, ou fruto de outras ações minhas que desconheço.

1 comentários:

É a primeira vez que visito seu blog gostei desse seu texto esses sentimentos que você expressa de culpas, magoas e magoar alguem ,da pra notar que vc tem controle de suas ações é algo muito delicado cada um tem seu jeito de de reagir os seus sentimento isso é muito tocante.
Gostei do que você escreveu.
Wagner