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13 de fevereiro de 2009

CARNAVAL: TUDO DE RUIM

Odeio carnaval. Mais do que outras festas populares, é o Carnaval que eu mais abomino. Festa toda de pessoas tolas. Toda festa dá a seus participantes a impressão de que tem o direito de ser cretino, mas no carnaval essa sensação extrapola ao ridículo e á falta de bom-senso.

Mais uma vez sou violentado, estuprado por esse disparate chamado de "Carnaval de Campinas". Invadem minha casa contra minha vontade, e nada posso fazer. O som estúpido de trios elétricos corre centenas de centenas de metros, não se importando com os 3 hospitais que existem pertinho da folia, acabando ainda com minha paz a ponto de me tirar de casa, me fazer viajar, para poder manter a sanidade. Que liberdade é essa que acaba com a dos outros? QUE LIBERDADE?

Ninguém liga para isso. Ninguém questiona que o dinheiro público (meu inclusive) gasto pela prefeitura para contratar trios elétricos e pagar escolas de samba poderia muito bem ser usado em tantas outras coisas que DEVERIAM ser prioritárias, mas não são. Tudo está errado, mas ninguém se importa a não ser aqueles que nada podem fazer, e cansados, fogem da fúria sonora e comportamental como eu tenho que fugir. Isso não é cultura: é falta de educação.

É o que sempre escuto das pessoas: os muito ricos que estão no poder estão cagando e andando pra tudo porque eles mandam e desmandam. Os muito pobres são iguais, mas por motivos diferentes: é por alienação, não se preocupam com nada e querem só o "pão e circo", que é seu dinheirinho de algum serviço menor que fazem nas coxas (ou vindo de programas sociais) e seu carnavalzinho. Quem se ferra gostoso, quem se preocupa com as coisas, quem faz as coisas realmente acontecerem, quem perde o emprego e fica endividado sem ter pra onde correr e que não pode contar com o governo para nada é a classe média (alta, média ou baixa), que se vê espremida e esmagada por duas fatias, uma grossa e outra fina, de gente tiste. Somos o cobiçado recheio do sanduiche-iche, mas dizem que oque realmente importa é o pão. Vai lá, come pão puro então se você acha o contrário...

A cada ano revolto-me mais, contra o carnaval especialmente, mas não apenas. Revolto-me contra o poder público que nenhum critério coerente parece ter. Como disse ano passado e direi todo ano enquanto essa loucura de desfile de carnaval continuar ao lado da minha casa (e eu sempre espero que este ano seja o último): porque o Sr. Prefeito não faz o carnaval no quintal da casa dele?!?!

Ah, não! Ele é mais importante do que eu sou obviamente, e merece dormir bem e tranqüilo. Já eu, que gaste meu pouco dinheiro em uma viagem que não havia planejado se quiser ter algum sossego. Porque NA MINHA CASA eu NÃO TENHO O DIREITO À PAZ, pelo menos não segundo a administração pública que – pasmem- eu sirvo!!!

Para que votar se meus direitos não são considerados? Para que pagar impostos que vão alimentar o que eu mais odeio e repudio? Porque que continuar a fazer de conta que tudo está bem? Para que manter essa aparência de que vivemos em uma sociedade livre? A democracia é uma tirania da maioria. Se a maioria gosta de barulho, quem aprecia o silêncio que se dane. Se todos querem carnaval e barulho, que você vá para outro lugar, não é mesmo?

Isso não é vida. Isso não é certo. Isso não pode ficar assim, e preciso saber o que fazer para mudar essa maldita situação. “O Carnaval é cultura!” dizem as pessoas em entrevistas na TV, querendo parecer descoladas e intelectualizadas (periferia intelectualizada... tá bom!).

Quer saber o que é o carnaval de verdade? É uma cultura sim, mas uma cultura do mal. O nome é claro: carna-val, comemoração ou celebração à carne, ou seja, a tudo o que é fraco em nós, a tudo o que é pecaminoso. Sim, pecaminoso! Lembre-se que é um feriado RELIGIOSO! Por isso vem a quarta-feira de cinzas, que é quando toda carne queimou e sobrou apenas o que é puro. Mas infelizmente essa carne parece ser da fênix, porque todo ano ressurge das cinzas para encher o saco uma vez mais.

Se você acha que eu estou exagerando, saiba que eu vou para Dois Córregos neste carnaval, uma cidade aonde só tem duas coisas: o hotel aonde vou ficar e um cemitério municipal, nada mais. Com certeza vou visitar o cemitério, o que é uma ótima coisa para uma prefeitura gastar seu dinheiro, já que não faz barulho e não enche o saco de ninguém. Vou lá não porque sou mórbido ou tenho desejo de morte. Mas sim porque gosto dos mortos, uma vez que eles sim respeitam a vida. Eles não fazem carnaval, não fazem barulho te impedindo de dormir e nem pegam meu dinheiro de impostos para pagar por algo que cada célula do meu corpo abomina. Os mortos são legais. Uma pena que não se levantem dos túmulos nesta época do ano para mandar a todos que calem a boca neste carnaval. Seria um sonho...

1 comentários:

Carnaval já é abominavel, o de Campinas então de tão podre não se enquadra em nenhuma categoria.