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29 de abril de 2009

ADEUS AO MEU CONTRA-BAIXO

Hoje eu vendi meu contra-baixo. Um Eagle. Havia comprado-o em 2002, quando fiquei desempregado e comecei a fazer aulas de música para tocar na igreja aonde estava na ocasião.

Tanto tempo depois, o retrospecto: nunca toquei na igreja (nem naquela e nem em outra qualquer). Nunca toquei em uma banda. Toquei poucas vezes com mais alguma pessoal. Em tantos anos, acho que foram 2 vezes.

Perdi a motivação com ele há bastante tempo. E não há coisa mais chata do que tocar contra-baixo sozinho. Ele estava em casa, tomando pó, se deteriorando. Vendi para uma aluna de minha esposa, que toca na igreja dela, que toca em banda, que está super empolgada porque tocava com um baixo emprestado até hoje. Agora vai tocar com o dela. O baixo vai gostar, porque vai ser usado pra valer a partir de hoje.

Vendi tudo para ela, e diga-se de passagem, bem barato. Foi o baixo com correia, 2 cabos (um com pontas banhadas a ouro), um cubo amplificado para baixo (um AC/WORKS que ta bom pra começar a estudar), um suporte/pedestal para o baixo, uma capa e um afinador digital, tudo pelo preço de um baixo de marca simples novo. Mais todas as tablaturas e partituras que eu tinha, e os livros e métodos. Me livrei de tudo, e ela adquiriu um kit iniciante completíssimo.

Deu dó, é claro. Senti um aperto no coração. Mas eu preciso de dinheiro no momento, e já estava pensando em me desfazer do baixo faz anos. Era a hora. Na verdade percebi depois de algum tempo que havia comprado o baixo que tocar não é algo para o qual eu tenha muita aptidão, apesar de perceber que com prática eu tocaria até que bem. Acho que música em geral não é e nunca foi a minha praia. E para ser sincero ainda não sei qual é a minha praia. Continuo navegando em busca dela. Acho que realmente é escrever. Saberei nos próximos anos, já que continuo com este sonho maluco de escrever livros. Ainda estou trabalhando (e muito) no meu.

O contra-baixo foi mais um sonho frustrado dentre tantos que já tive. Mas é um sonho frustrado do qual me livrei da lembrança constante que tinha ao entrar em meu escritório. Acho que será uma coisa a menos para me lamentar e me culpar todos os dias.

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