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5 de abril de 2011

DESCONTROLE POR ABSTINÊNCIA?

O dia começa com uma irritação contra algo quase cotidiano: meu computador no meu serviço é velho e está muito lento. Abro alguns aplicativos e eles demoram 10 vezes mais do que deveriam levar em um computador moderno. Isso parece ser como uma faísca que começa um incêndio.

Segue o dia e mais coisas chatas e burocraticamente lentas e sem propósito técnico para serem feitas em um computador lento que deveria ter sido trocado há pelo menos 2 anos. Meu ódio parece que brota da terra como um fungo vindo sabe-se lá de onde.

Surgem mais problemas para resolver. Um membro da minha equipe me pergunta coisas sobre o projeto as quais não sei e nem quero saber. Estou cansado de ter que fazer coisas com as quais não concordo. Outro membro vem e discorda de uma decisão que tomei após falar com nosso superior. O primeiro membro da equipe volta e me conta o que descobriu. Eu expludo.

Fecho meu computador com violência, digo que não aguento mais e desapareço diante das pessoas atônitas. Vou a outro lugar da empresa, um lugar aonde não me conhecem, e tomo café encolhido em um canto solitário. Não quero ver ninguém, nem falar com ninguém. Sinto vontade de matar pessoas, de cometer violências que nem bem sei quais são. Espero minha adrenalina descer por cerca de 30 minutos, e então retorno para a minha mesa e tento continuar a fazer o que estava fazendo antes, como se nada tivesse acontecido. Mas trabalho com uma velocidade 10 vezes menor do que antes. Minha cabeça lateja, e me sinto com febre sem de fato a manifestar. Me sinto esgotado, e o dia mal começou.

Consigo fazer em 6 horas o que julgo ser capaz de fazer normalmente em 1. Não sei se este julgamento é válido, mas me sinto incapacitado.

Olho para como foi meu dia e por dentro choro desesperadamente, imaginando que estou sendo vencido pela doença que os medicamentos não foram capazes de curar, mas apenas controlar. Me sinto o maior dentre todos os perdedores. Me sinto tão perdido quanto nunca estive. Me sinto fadado ao vexame, ao fracasso e à derrota. Me sinto morto, mesmo que vivo. Me sinto um idiota.

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