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7 de março de 2014

O CUMPRIMENTO DA LEI

Justice and Divine Vengeance Pursuing Crime
Pierre-Paul Prud'hon

Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim obrigar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.
Mateus 5:17-20

Em mais uma pregação do meu pastor - Rubens Santos, titular da Igreja Batista Memorial do Centenário em Campinas – uma mensagem bastante interessante nos foi apresentada, ainda baseada nas bem-aventuranças (Mateus 5), na verdade em sua continuação.

Jesus coloca-se mais uma vez como O exemplo. Ele demonstra em sua vida que sua justiça é a própria justiça moral de Deus em toda a sua amplitude. O próprio Pilatos reconheceu esta justiça e a falta de qualquer culpa que Jesus poderia ter, tornando portanto o ato do sacrifício da cruz algo de profundeza espiritual infinita como pode ser visto adiante..

Jesus disse no trecho acima citado que veio para cumprir a Lei e não para anulá-la. Não sei você, mas para para mim o fato de que a Lei não podia ser cumprida por ninguém (apenas por Ele próprio) e ao mesmo tempo Ele dizer que nós devemos ser como Ele (imitá-lo inclusive no cumprimento da Lei) causa uma (falsa)  sensação de contradição.

Primeiramente é preciso entender o que é "a Lei". A Lei são as "regras, deveres e privilégios" espirituais ensinadas pelo sistema religioso de Israel na época e até os dias atuais dentro da religião judaica (e cristã). Tal "Lei" era pesada demais para os judeus (e cristãos) devido a própria interpretação que os "doutores da Lei" (clero) davam a elas. Resumindo: os fariseus ensinavam interpretações falhas (humanas) das escrituras, exigindo um comportamento dos fiéis, comportamento que eles próprios não eram e não são capazes de cumprir.

Cientes disso, nos fica claro que a doutrina que Jesus trouxe não era diferente - não houve mudança da "Lei". Ela apenas foi despida da sua interpretação falha, humana e cheia de peso, culpa e julgamento. Jesus a mostrou segundo sua verdadeira natureza, ou seja: segundo a verdadeira intensão de Deus. Não a toa Jesus fala que seu julgo era leve: Ele demonstra que seguir a Lei não é difícil como somos levados a crer, ficando sua dificuldade e peso atribuídos às interpretações falhas criadas pelo sistema religioso.

Jesus portanto não descumpriu a Lei mesmo em situações em que fariseus acharam que sim, como nos casos de pegar espigas e curar pessoas no sábado. Jesus demonstrou nestas passagens que a prática do bem e do amor nunca descumprirem a Lei, pelo contrário, cumprem-na. Esta é a verdadeira Lei: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Entendimento, cordialidade, paz, justiça, respeito. Tudo isso e muito mais.

Jesus cumpriu esta Lei na sua plenitude, realizando a vontade de Deus e dando sua vida pelo próximo, que somos todos nós. Jesus uniu assim o velho e o novo testamento, pois só Ele pode cumprir a Lei plenamente.

Tendo em mente que a Lei apresentada no Antigo Testamento é doutrinária (pois ensina a vontade de Deus), profética (pois revela a existência de Deus e a salvação do homem de seu pecado) e moral (ensina o comportamento que os filhos de Deus tem por natureza), fica claro que Jesus não rompe com o Antigo Testamento, mas sim o reinterpreta da maneira pura, sem a cultura do homem associada, como visto na carta de Paulo aos Hebreus.

Jesus é assim a continuidade da conversa que Deus começou com a humanidade no antigo tratamento. Desde o Gênesis a doutrina da salvação é a principal mensagem das escrituras, assim como o espiamento dos pecados pelo sacrifício de um inocente (o surgimento do sistema sacrificial), que por sua vez é plenamente cumprido em Jesus, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Jesus é de fato O exemplo. Ele cumpriu todos os preceitos éticos dados por Deus, como amor, bondade, sacrifício e amizade. Por meio dEle, fica claro que nosso relacionamento com Deus se resume em estabelecer um novo padrão de vida diante do Pai, um padrão segundo sua vontade.

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