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26 de abril de 2016

UM DIA COMO OUTRO QUALQUER NA VIDA DE UM DEPRIMIDO EM NEGAÇÃO


Em um rápido levantamento, descobri que em cerca de 27% dos meus posts neste blog foram relativos a depressão, desânimo e tristeza. Cerca de 1/4 de tudo o que escrevi aqui, por baixo, está ligado a como me sinto mal, mas pode ser bem mais do que isso.

Seria errado dizer que, no mínimo 1/4 dos meus dias são assim? Acho que 27% é até otimista demais. Não porque minha vida seja uma droga, pelo contrário. Mas sim por causa da maldita depressão e personalidade que me torna muito mais sensível do que o normal às pequenas e grandes agruras deste mundo.

E hoje não é diferente.

Como em várias outras situações deprimentes, o que sinto é uma fata de energia tremenda. Como se 3/4 da minha energia vital tivessem me deixado. Levantar, respirar e trabalhar são atividades penosas. Não fossem os anos de terapia, as doses intensas de café e a forma com que aprendi a me forçar a fazer as coisas mesmo estando péssimo internamente, acho que estaria enrascado.

Eu gosto de me enganar em muitos aspectos. Gosto de negar que estou com um problema ao mesmo tempo em que estou completamente ciente dele. Duplipensamento, se é que isso é possível. Ou viver em negação. Sou um deprimido em negação. Sei que estou deprimido, mas não quero aceitar e nem me limitar por tal estado. Tem gente que acha que eu não devia me forçar assim, que eu não devia posar de forte ou valente, mas não é nada disso, eu só acho que devo lutar até onde puder lutar, até cair de joelhos sem forças e ser vencido. Só me entregar quando realmente não tiver mais nada a ser feito.

No momento estou cambaleando. Fraco, mas ainda de pé. Só Deus sabe se vou melhorar ou se uma hora meus joelhos vão falhar. Mas por enquanto, "tudo está bem".


2 comentários:

Oi amigo, como está a tua vida hoje em dia ?

Não é nada fácil a vida de um depressivo. Nosso cérebro tende a nos pregar peças e nos enganar constantemente.

Quando estamos nestes momentos de quadros "depressivos" não temos como controlar nossos sentimentos, eles simplesmente acontecem. Não é você que fica apático, que fica triste, a apatia e tristeza simplesmente acontecem e lá está você vítima da situação.

Lembro de um Domingo lindo, com sol, passarinhos cantando e do nada comecei a sentir desespero, pânico, melancolia, tremedeira... fiquei aquele dia todo sentado de frente pra TV desligada, tremendo e agonizando.

Não sei como, mas aos poucos os medicamentos foram fazendo efeito e eu fui melhorando, voltando a realidade, os sentimentos começaram a aparecer de novo. Hoje faz quase 5 meses que estou estável e uns 3 que não tomo mais medicamentos. Voltei ao mercado de trabalho, numa multinacional grande, retomei a vida profissional. Sentimental, familiar, espiritual etc. Tudo não é tão colorido igual era antes, mas estou tendo uma chance de recomeçar. Acredito que meu filho e minha família foram os motivos principais para eu continuar lutando e seguindo em frente.